quarta-feira, 22 de setembro de 2010


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Trabalho ajuda no tratamento de pessoas com esquizofrenia, confirma estudo

Terça, 14 Setembro 2010 14:19
por: O Estado de S.Paulo

O trabalho melhora de forma significativa o desempenho intelectual de pessoas com esquizofrenia, além de diminuir sintomas da doença, como apatia e isolamento. É o que mostra um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP).

"As pesquisas realizadas até agora mostravam que pacientes com melhor desempenho cognitivo tinham mais chances de ingressar no mercado profissional", aponta Wagner Gattaz, presidente do conselho do IPq e um dos autores do trabalho. "Comprovamos que a relação inversa também é verdadeira: como diz o ditado, "trabalho faz bem para a cabeça"."

O estudo, publicado na revista científica Schizophrenia Research, reúne os resultados do Programa Reação, iniciativa do IPq que, de outubro de 2003 a abril de 2010, conseguiu inserir cerca de cem pacientes em estágios de reabilitação vocacional em São Paulo. Empresas parceiras acolhiam os estagiários sem nenhum ônus. O programa oferecia bolsa mensal de R$ 200 como ajuda de custo para os pacientes.

A ideia do programa surgiu quando Gattaz lecionava na Universidade Heildelberg, na Alemanha. Ele implantou uma ação semelhante em Mannheim, incorporada mais tarde pelo programa local de seguridade social.

A neuropsicóloga Danielle Soares Bio, que também assina o estudo, enumera o perfil dos participantes: pessoas que, em média, conviviam com a esquizofrenia por mais de oito anos e iniciaram o tratamento por volta dos 21 anos. Como pré-requisitos, elas deveriam apresentar boa adesão ao tratamento com os remédios prescritos pelo psiquiatra e quadro clínico estável durante os seis meses anteriores ao programa.

Não havia nenhuma obrigação das empresas parceiras de contratarem os estagiários. Mesmo assim, 42% foram efetivados. "O porcentual seria ainda maior se todos os pacientes contassem com o apoio da família", pondera Danielle, recordando que algumas famílias receavam abrir mão do seguro-desemprego.

Para Gattaz, o trabalho mostra o desejo dessas pessoas de reencontrarem seu lugar na sociedade. "Também sugere que parte da diminuição do rendimento cognitivo é fruto da inatividade, da baixa estimulação intelectual", afirma o pesquisador.

Marcelo (nome fictício) participou do Programa Reação. Depois de seis meses trabalhando em uma organização não governamental na região central de São Paulo, recebeu o convite para ingressar no quadro de funcionários. "Fiquei contente, pois gosto muito do ambiente daqui", diz ele. "A oportunidade ajudou no meu tratamento." Marcelo fala com orgulho do trabalho realizado em uma instituição que promove valores como o aprofundamento da democracia e a responsabilidade ecológica. "Agora, sinto-me útil", resume.

Os depoimentos de empresários também revelam satisfação com o programa. Danielle recorda que, antes e depois do estágio, o empregador também passa por um teste que estima o grau de compreensão e tolerância com transtornos mentais. "Empresas que atuam como parceiras já são instituições com boa consciência social", aponta. "Mesmo assim, com o programa, notamos que muitos receios e incertezas desaparecem."

Nos últimos meses do projeto, pessoas com outros transtornos mentais - como depressão e transtorno bipolar - também participaram do programa. Elas não foram consideradas no estudo publicado na Schizoprenia Research. O trabalho comparou 57 pacientes com esquizofrenia que ingressaram no estágio e um conjunto de 55 pessoas com o mesmo diagnóstico que estava na lista de espera. Gattaz confia na eficácia da estratégia para outros transtornos mentais.

Segundo dados do Ministério da Previdência Social, 13.478 pessoas receberam auxílios-doença por transtornos mentais e comportamentais no ano passado.

Números concernentes:

42 empresas participaram do projeto

42% dos estagiários do programa foram contratados

Fonte: Estadão

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Artigo postado em: http://www.revistafeminina.com.br em 09/09/2010

Relacionamento Por Conveniência

Quem já não manteve um relacionamento por conveniência, em busca de seu próprio bem estar, havendo a anulação do outro como indivíduo desejante no relacionamento, que atire a primeira pedra.

Há diversas formas de se relacionar por conveniência, e não apenas em um relacionamento amoroso, muitas vezes, encontramos em nossa vida pessoas que se relacionam com todas as outras por um único objetivo: seu próprio bem estar e prazer.

Há um sentimento de narcisismo presente em todos estes relacionamentos, onde tudo o que é feito, passa pelo pensamento sobre si mesmo, anulando o outro como participante ativo no relacionamento ou se anulando completamente para ser aceito e não perder a posição que o relacionamento lhe possibilita.

Narcisismo é o encantamento e a paixão que sentimos por nossa própria imagem, nós mesmos, porque não conseguimos diferenciar um do outro. Conta o mito que o jovem Narciso, que era belíssimo, nunca tinha visto sua própria imagem. Um dia, passeando por um bosque, encontrou um lago, ao aproximar-se viu nas águas um jovem de extraordinária beleza, pelo qual apaixonou-se perdidamente. Desejava que o jovem saísse das águas e viesse ao seu encontro, mas como ele parecia recusar-se a sair do lago, Narciso mergulhou até as profundezas à procura do outro que fugia e morreu afogado. Narciso morrera de amor por si mesmo, ou melhor, de amor por sua própria imagem que não identificou como sendo dele.

Em 1914, Freud - o pai da psicanálise - afirma que abrem-se para o indivíduo duas possibilidades que se apresentam como uma alternativa no início da vida: ou o sujeito toma o outro (a mãe) como objeto de amor, ou toma a si mesmo. Diz, porém, que se a escolha do sujeito recair sobre ele mesmo, ou seja quando o seu objeto de amor for única e exclusivamente ele mesmo, haverá conflitos que impõem um sofrimento e uma ameaça.

O narcisismo é importante no início da vida, para a constituição de si mesmo e do Ego, porém, a partir do momento em que ele passa a ser um obstáculo nas relações, deve ser cuidado.

Tanto os últimos artigos psicanalíticos quanto os discursos sociais de todas as ordens acreditam que o narcisismo reina soberano como o grande malvado, como obstáculo para o desenvolvimento de relações menos dolorosas e mais vazia, na era contemporânea.

Se observarmos a paisagem desenhada ao nosso redor após o vendaval revolucionário dos anos 70, veremos que os relacionamentos em todas as ordens, incluindo o conjugal, apresentam-se mutáveis e movimentados. A antiga estabilidade da família nuclear parece ameaçada pelos casamentos desfeitos, os papéis masculinos e femininos foram radicalmente alterados e o amor já não goza do mito de eternidade. Nos questionamos se há ainda o amor.

O narcisismo e o amor não existem da mesma forma, em um mesmo lugar, pois o narcisismo é a não capacidade de amar o outro por estar voltado a si mesmo.

Observamos relacionamentos cada vez mais meteóricos na era
pós industrial, em que há uma busca incessante pelo prazer, onde a vida precisa ser desfrutada e para isso é necessário que se possua tudo que for desejável, de objetos a pessoas. Tudo é tratado como mercadoria, podendo então ser comprado, descartado e manipulado conforme sua própria vontade.

Se há a necessidade de algo como atenção, amor, sexo proteção, se há carência, há um motivo para a busca do que falta, sem pensar nas conseqüências para si mesmo ou o outro que é envolvido nesta relação.

A partir destas necessidades narcísicas, os relacionamentos por conveniências são criados, relacionamentos por dinheiro, por posição social, aparência, carência ou qualquer outro motivo que torne o relacionamento esvaziado, perduram por muitos anos sem a importância pela dor, pois há uma anulação em prol do objetivo que é o si mesmo.

Deve haver um questionamento quanto à posição de cada um no relacionamento: vale a pena a anulação, para qualquer que seja o objetivo?

Psicorienta: O que faz você Feliz???

Psicorienta: O que faz você Feliz???

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Depressão

“Somos uma sociedade de pessoas com notória infelicidade:solidão, ansiedade, depressão, destruição, dependência; pessoas que ficam felizes quando matam o tempo que foi tão difícil conquistar.”

Erich Fromm

Segundo pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da USP, coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 10.9% da população da grande São Paulo sofre de depressão, o equivalente à 2.16 milhões de pessoas na metrópole.

Segundo a pesquisa, realizada ao redor do mundo com 89 mil pessoas, São Paulo além de estar entre o grupo de 17 regiões analisadas, possui a maior taxa de depressão dentre estas. A faixa etária mais atingida pela doença esta entre 18 e 49 anos.

Nos termos da psiquiatria, a depressão se caracteriza por uma profunda tristeza acompanhada de sentimentos de desamparo e baixa auto-estima, onde não reconhece ninguém como sendo capaz de lhe prover ajuda. Somente 25% das pessoas que sofrem com a depressão procuram ajuda médica especializada e a média de 10% a 15% dos pacientes que não procuram ajuda tentam suicídio.

É comum também a auto-recriminação, sendo que o deprimido se considera uma pessoa com menos valia para o convívio humano. Em geral, quase todas as esferas da existência humana ficam comprometidos na depressão, os aspéctos emocional, fisiológico e social.

A Depressão é a doença que mais vemos em nosso dia a dia, em um momento do vazio, onde cada vez mais as pessoas perdem sua identidade e seus momentos de felicidade por conta da busca pela produtividade.

Esta é criada e mantida socialmente, como reflexo de nossos tempos, amparada pela absoluta falta de investimento social e nos relacionamentos humanos. Nossa vida é baseada no egoísmo e individualismo, que se expõe através dos sintomas da depressão.

Há um paradoxo social contemporâneo que convivemos em nosso dia a dia, pois ao mesmo tempo em que há um crescente número de pessoas que nascem todo dia, há ainda um sentimento solitário muito grande que passeia pelo dia a dia de quase todos. Existir no mundo não significa interagir com o mundo em que vivemos.

Muitas são as situações que geram esta solidão (a gerada pelo próprio poder, pela riqueza, pelo trabalho ou a falta dele, pelos pais, pelo abandono, pela rejeição ou pela falta de algo ou alguém) e em todas estas, há sempre a presença de um outro que não permitimos ou não se permite entrar em contato com nossa própria realidade. Já não se sabe quem deu o primeiro passo, se foi quem sofre com a solidão ou quem a causa.

A Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio mostra que houve um aumento significativo do número de solitários no Brasil. Entre os anos de 1988 e 1999 houve um aumento de 137%, ou seja, 3.8 milhões de pessoas que moram sozinhas, principalmente nas regiões de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Esta pesquisa não revela o sentimento de solidão (o que evidentemente revelaria um universo ainda maior desta população), apenas aponta os que moram sozinhos e também um significativo aumento de pessoas que vivem sozinhas por opção ou por imposição.

A tendência individualista de nossa época reforça o temor de conviver com as diferenças humanas, afinal, conviver com o outro implica, sobretudo, em sermos tolerante, compreenção com o outro, divisão de espaços e coisas, além da aceitação de que o outro não atenda completamente a demanda de preencher nosso vazio existencial, o que faz com que menos pessoas se arrisquem em investir em relacionamentos duradouros.

No universo dos sozinhos existem aqueles que o fizeram por opção pessoal, e aqueles que devido às contingências da vida foram obrigados a viverem desacompanhados.

O isolamento social obrigatório é muito diferente do viver sozinho “por opção”. No primeiro, existe a imposição do social ao qual fazemos parte ou das circunstâncias que estão fora de nós mesmos, no segundo, a escolha é consciente e desejada. Quando a solidão não é uma escolha torna-se difícil pensar na atuação no mundo sem sofrimento e com sentido.

O homem se acostumou a viver de forma solitária e a criar projetos individuais, o que acarretou um preço exorbitante em termos de saúde psíquica.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010



Todos nascemos com um objetivo, somos criados para isso, buscamos a tão sonhada felicidade e realização pessoal através de nossos sonhos.



Crescemos em um ambiente completamente consumista e o sentimento de busca é implantado em nos. Presentes parecem contratos que se sobrepõe ao ser e cria-se uma batalha interna, que somos criados para vencer.



Nunca estamos satisfeitos com o que temos e conquistamos em toda uma vida e sempre procuramos o melhor trabalho, a melhor condição social, o melhor namorado, o melhor carro, transformando assim serem humanos em máquinas programadas pra competir pelos sonhos que passaram a defender.



O lado humano, a cada dia que passa é o menos priorizado, pois não sobrou tempo para ouvir as histórias, observar as pessoas que amamos, perceber nossos próprios sentimentos e fazer as coisas que realmente trazem os momentos de felicidade em toda plenitude da palavra.



Será que os sonhos que buscamos realizar continuam sendo os nossos?

Esta reflexão é necessária, essa busca de si mesmo, essa introspecção, para que tenhamos a consciência de que talvez estejamos buscando o que já nos pertence, valorizando em outro local aquilo que temos ao nosso lado, sonhando com conquistas e objetivos que já atingimos, mas que por estarmos envolvidos demais, estressados demais, não nos damos conta, não prestamos à devida atenção.