quarta-feira, 28 de julho de 2010


"Se um dia ou uma noite, um demônio se esgueirasse até você e, penetrando na sua mais solitária solidão, lhe dissesse: "Esta vida, da maneira como você vive agora e já viveu antes, você terá que vivê-la mais uma vez e outras inumeráveis vezes; e não haverá nada de novo nela, mas cada tormento e cada alegria e cada pensamento ou suspiro e cada coisa imensuravelmente pequena ou grande em sua vida, deverá retornar a você — tudo na mesma sucessão e seqüência..." Como não atirar-se ao chão, rangendo os dentes e amaldiçoando o demônio que assim lhe falou? Ou você alguma vez já experimentou aquele formidável momento em que teria respondido a ele: "És um deus, e jamais havia escutado algo mais divino."... Como teria você se tornado tão bem disposto perante você mesmo e a vida para chegar a não desejar coisa alguma mais ardentemente que este supremo desígnio e esta confirmação eterna?" -(Nietzsche)

A vida só tem valor pois é passível de perda e a dor. A vida é falível, imperfeita e o fato de não desejarmos vivê-la novamente e eternamente, não implica desconhecer seu valor, mas sim em valorizar estes momentos possíveis de perda e dor. Não desejamos morrer, pois na morte não existe perda, dor... não existe vazio e por isso não existe a vida.

A motivação da vida é a dor que ela proporciona, pois se quisessemos paz, haveria a morte.

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