
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
O Equilíbrio Para Osho

segunda-feira, 17 de novembro de 2014
O Que Te Faz Feliz?

sexta-feira, 19 de abril de 2013
19 DE ABRIL, DIA DO ÍNDIO!
Esta data comemorativa foi criada em 1943, pelo presidente Getúlio Vargas, com o objetivo de valorizar a cultura indígena no Brasil.
A população indígena representa nos dias atuais: 0.47% (896.917) da população brasileira, distribuídos em 305 etnias, sendo as maiores: Tikúna (46 mil), Guarani Kaiowá (43,4 mil), Kaingang (37,4 mil), Makuxí (28,9 mil), Terena (28,8 mil) e Tenetehara (24,4 mil)... São 274 línguas.
As terras indígenas correspondem a 12,5% do território nacional, ou seja, 505 terras distribuídos entre Região Norte (38,2%), Nordeste (25,9%), Centro-Oeste (16%), Sudeste (11,1%) e Sul (8,8%).
... mais de 500 índios foram mortos desde 2003.
Respeitar não apenas a nossa história, mas também a diversidade cultural é um dever de todos!
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm
*Fontes: IBGE e Conselho Indigenista Missionário (Cimi)

sexta-feira, 18 de maio de 2012
Lei Paulo Delgado
quarta-feira, 21 de março de 2012

Voltando alguns anos, encontramos informações de que no mesmo dia, no ano de1929, morrem 389 pessoas na cidade de Terrevieja e Guadamar da Espanha, pela fúria do terremoro Alicante, que causou quase total destruição das cidades.
Em 21 de março de 1919, o recém-formado Partido Comunista se juntou ao Partido Social Democrata Húngaro e proclamou a República Sociética. As tensões do mundo pós-Guerra Mundial eram inúmeras e as resistências para suportar este período foram muitas.
No ano de 1935, o país Persia passa a se chamar Irã, entretanto, em 1959 ambos os nomes passaram as ser admitidos. Os persas praticavam a agricultura, metalurgia e a mineração. Eram conhecidos pelo seu poderoso exército, o “Exército Imortal” que continha 10.000 homens, e a cada um morto, outro ocupava seu lugar.
Dia 21 de Março de1952 foi marcado pela morte de 343 pessoas no estado de Arkansas, nos EUA, atingida por um Furacão. Ainda nosEstados Unidos, no mesmo dia no ano 1963, a penitenciária Alcatraz é desativada.
A primeira pena de morte por injeção letal também foi aplicada no dia 21 de março de 1979, nos Estados Unidos. Linda May Burnett foi acusada e condenada pelo sequestro e assassinato de Jason Philips, um dos 5 membros da familia que foi sequestrada, torturada, assassinada e enterrados em uma vala perto de Fenett, oeste de Beaumont, Texas.
Linda, mãe de 3 filhos, alegou sua inocência, e assumiu ser álibi de seu amante, José Dugas. Apesar de negar estar presente nas mortes, Linda confessou os assasstinatos em sessões de hiponose.
Linda ficou 4 anos no corredor da morte. Seu relato sobre os sentimentos no momento da sentença foi: “Minhas pernas viraram geléia. Meus joelhos ficaram fracos. Eu estava tentando olhar para minha mãe, mas tudo o que pude ver foram lágrimas. A maioria das pessoas são enviadas de volta ao corredor da morte em um segundo julgamento e eu estava preparada para voltar” (Dallas Morning News, 1997). Em Dezembro de 1997, Linda tornou-se elegível à liberdade condicional. Ela é a única prisioneira feminina condenada à morte, que ainda está encarcerada no Texas.
21 de março de 1960 Brasilia é inaugurada como capital brasileira e no mesmo dia do ano de 1993 , um plebiscito aprova a continuidade do regime presidencialista no Brasil.
Quem não se lem bra do caso do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos,que foi atacado e queimado por 5 jovens da classe média alta enquanto estava dormindo em um ponto de ônibus em Brasilia? Ele morreu em 21 de março de1997.
Galdino nasceu em 1952 na Bahia e o que ninguém sabe é que havia ido para Brasilia comemorar o Dia do Índio, além de levar suas reivindicações acerca da recuperação da Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, que estava em conflito fundiário com fazendeiros da região.
Nesta viagem, participou de reuniões com o presidente Fernando Henrique Cardoso e autoridades. Chegou tarde das reuniões e por isso não pôde entrar na pensão e resolveu dormir no abrigodo ponto de ônibus.
Na madrugada deste dia, os 5 jovens atearam fogo em Galdino enquanto dormia. Morreu 2 horas depois, no mesmo dia.
No dia 21 de março de 1999, Wellington Camargo, irmão de Zezé di Camargo e Luciano, é liberado após 95 dias de cativeiro, e no mesmo dia, no ano de 2001, parte do telhado do hipermercado Extra desaba sobre clientes e funcionários, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, ferindo 47 pessoas.
Mas estamos falando do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. No ano de 1976, a ONU escolheu este dia, para lembrar os 60 negros mortos e as centenas de feridos na cidade de Shapeville, Africa do Sul.
No dia 21 de março de 1960, estas pessoas foram vítimas da intransigência e do preconceito racial quanto pacificamente realizavam uma manifestação de protesto contra o uso de “passes” para os negros poderem circular nas chamas áreas “brancas” da cidade.
Os protestos haviam sido chamados pelo Congresso Nacional Africano (ANC) - um negro sul-Africano organização política que defendia a resistência não violenta ao sistema institucionalizado da África do Sul da supremacia branca e de segregação racial, conhecido como apartheid.
Após o Massacre de Sharpeville, Nelson Mandela e outros líderes do ANC abandonaram temporariamente sua postura não-violenta e passaram a ajudar na organização do partido paramilitar ANC, que se envolveria em guerra de guerrilha contra o governo da minoria branca.
Em 1961, Nelson é preso por traição, e, apesar de absolvido, ele é novamente preso em 1964 por sabotagem e é condenado, juntamente com vários outros líderes do ANC no Julgamento de Rivonia.
Condenado à prisão perpétua, ele se torna um símbolo Sul-Africano e movimento internacional para acabar com o Apartheid.
Em 1989, FW de Klerk torna-se presidente sul-Africano, e define sobre o desmantelamento do Apartheid. As execuções são suspensas e, em fevereiro de 1990, ordena a libertação de Nelson Mandela.
Mandela posteriormente leva o ANC as negociações com o governo de minoria para um fim ao apartheid e o estabelecimento de um governo multi-racial.
Em 1993, Mandela e De Klerk são co-premiado com o Prêmio Nobel da Paz, e, em 1994, o ANC vence uma maioria eleitoral no país as primeiras eleições livres. Mandela é eleito presidente sul-Africano.
Por isso, Bom Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial!
domingo, 27 de março de 2011
Psicologia em Cartaz
domingo, 20 de março de 2011

A maneira como a Saúde Mental é vista no Brasil, suas resistências e a procura pelo respeito aos direitos humanos
*ARTIGO PUBLICADO EM 16/05/2008 NO JORNAL GAZETA GUAÇUANA
As maneiras de pensar e tratar a loucura são alvos de diversas discussões que caminham, há mais de 20 anos, visando mudanças no âmbito da saúde pública. Um dos principais objetivos dessas mudanças ainda designa polêmica: a extinção progressiva dos hospitais psiquiátricos e, como substituto, a instalação de uma rede de serviços de atenção à saúde mental que leve em conta a liberdade e o acesso à cidadania dos portadores de sofrimento ou transtorno mental.
A História da Loucura
A Loucura, hoje vista com olhos diferentes, nem sempre foi considerada algo negativo, ou até mesmo doença. Na Grécia antiga ela já foi considerada até mesmo um privilégio. Filósofos como Sócrates e Platão, ressaltaram a existência de uma forma de loucura tida como divina e era através do delírio que alguns privilegiados podiam ter acesso a verdades divinas. Tal fato, não impedia os “privilegiados” de viverem no meio das pessoas “normais”.
Gradativamente, a loucura vai se afastando do seu papel de portadora da verdade e vai se encaminhando em uma direção completamente oposta, passando a excluir o louco da sociedade, pois estes começam a incomodar.
Os primeiros estabelecimentos criados para limitar/esconder a loucura destinavam-se simplesmente a retirar do convívio social as pessoas que não se adaptavam a ele.
No século XIII, a loucura passa a ser objeto do saber médico, começa a ser caracterizada como doença mental e, portanto, torna-se passível de cura. A razão/normalidade ocupa um lugar de destaque, pois é através dela que o homem pode conquistar a liberdade e a felicidade. É em meio a esse contexto que o hospital surge como um espaço terapêutico.
Para garantir seu funcionamento, o modelo hospitalar necessitava da instauração de medidas disciplinares que visassem garantir a nova ordem. Surge então, uma delimitação desse espaço físico, onde são fundamentais os princípios de vigilância constante e registro contínuo, de forma a garantir que nenhum detalhe escape a esse saber. O hospital acaba por tornar-se um mundo à parte, afastando cada vez mais o indivíduo de suas relações exteriores. O discurso que alimenta esse sistema percebe os loucos como seres perigosos e inconvenientes que, em função de sua "doença", não conseguem conviver de acordo com as normas sociais. Retira-se, então, desse sujeito todo o saber acerca de si próprio e daquilo que seria sua doença.
Durante os séculos, muitos métodos desumanos foram utilizados para tornar o “louco” adequado às regras da sociedade, podemos citar como exemplo, furos no crânio, sangrias, afogamentos, comas insulínicos, indução de convulsões, lobotomia, eletrochoques, etc.
Um cenário propício ao o surgimento dos movimentos reformistas da psiquiatria desponta com o pós-guerra. Começam a surgir, em vários países, questionamentos quanto ao modelo centrado no hospital psiquiátrico, apontando para a necessidade de reformulação.
Uma importante questão nessa concepção de reforma diz respeito ao conceito de "doença mental", o qual passa a ser desconstruído para dar lugar à nova forma de perceber a loucura enquanto "existência-sofrimento" do sujeito em relação com o corpo social.
Em continuidade ao processo da Reforma, em 1987, 1992 e 2001, foram realizadas as Conferências Nacionais de Saúde Mental, que possibilitaram a delimitação dos objetivos da reforma psiquiátrica brasileira atual e a proposição de serviços substitutivos ao modelo hospitalar. Dentre os marcos conceituais desse processo destacam-se o respeito à cidadania e a ênfase na atenção integral, onde o processo saúde/doença mental é entendido dentro de uma relação com a qualidade de vida.
A Reforma Psiquiátrica
Muitos dos chamados “loucos” passaram suas vidas em instituições, perdendo a própria saúde e até mesmo sua cidadania, pois quando retornavam à sociedade, após alta, eram discriminados e não conseguiam a sua re-inserção.
Somente no final dos anos 70, se começou a pensar em alterar essa realidade. Neste contexto, surge a Reforma Psiquiátrica, a qual propõe a desinstitucionalização, ou seja, que o atendimento aos “loucos” ocorra de forma mais humana, fora dos hospitais psiquiátricos.
Propõe também, que exista uma rede de cuidados para os doentes mentais, abrangendo todas as suas necessidades. Essa rede deve localizar-se próxima as suas residências, apresentando atendimento diário. Assim não é preciso retirar o doente mental de sua convivência familiar e social.
Instrumentos de atenção aos doentes mentais fora de um hospício:
CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) onde são oferecidos atendimento médico, psicológico, psiquiátrico, assistência social, dentre outros. Uma de suas propostas são as oficinas terapêuticas, tais como: artes e bijuterias, as quais, tem como um dos objetivos a obtenção de renda.
Residências Terapêuticas, casas onde os doentes mentais podem residir (os que não possuem família, ou que a mesma não os quer mais), reintegrando-os à sociedade.
Programa de Volta para Casa, o doente mental que deixou o hospital psiquiátrico, pode vir a receber um auxílio mensal, o qual, contribuirá para sua emancipação.
O objetivo central da Reforma Psiquiátrica é que todo ser humano, sendo ele doente mental ou não, tenha sua singularidade respeitada.
“Portadores de transtornos mentais têm direito à liberdade, ao trabalho, à moradia e à convivência social”.
quarta-feira, 16 de março de 2011
"Nunca pense em termos de os outros terem que amar você. Isso é uma atitude errada; está enraizada na infância. Uma criança simplesmente espera ser amada. E, é claro, é natural para uma criança, porque, como a criança pode amar? Uma criança de um dia de idade - como ela pode amar? Ela não pode nem sequer segurar o dedo da mãe. Ela não pode fixar seus olhos na mãe; tudo é turvo. Ela não sabe quem é a mãe e quem é quem. Como você pode esperar que ela ame? Ela simplesmente recebe amor.
Pouco a pouco ela aprende uma coisa: que os outros têm que amá-la. Isso é bom na infância, mas a pessoa tem que ir além - só então você se torna um adulto. Um homem se torna um adulto no dia em que ele começa a sentir que agora ele tem que amar. Não é uma questão de alguém amá-lo.
... Você não é ma is uma criança. Você está se comportando dentro de um padrão infantil. Comece a amar. Quanto mais você amar, mais você verá que mais pessoas estão vindo até você para amá-lo, porque o amor atrai amor assim como o ódio atrai ódio.
Se você odiar, as pessoas o odiarão. Se você amar, as pessoas o amarão. Mas não se incomode se os outros o estão amando ou não. Simplesmente ame. Amar é uma atividade tão prazerosa - quem se importa se há algum retorno ou não? É como cantar. Você canta e se deleita. Se alguém aplaude, ótimo. Se ninguém aplaude, é uma questão deles. Você se deleita da mesma forma.
Comece a amar. E não peça amor. O amor será uma conseqüência natural..... Ele é uma graça. É um presente. Ele vem porque toda a existência está cheia de amor. Não é porque você tem capacidade, não é porque você tem algum valor que ele vem para você. Não, ele vem para você porque toda a existência é cheia de amor. A existência é feita da matéria chamada amor. É exatamente como o ar que o circunda. Você simplesmente inspira e expira e a coisa continua.
Assim, esqueça sobre merecimento. Comece a amar, e você verá o amor chegando, florescendo. Ele vem mil vezes mais. Simplesmente compartilhe e continue a meditar".
Osho, The Passion for the Impossible.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Faz um tempo que não apareço por aqui... estive focada em alguns projetos em minha vida pessoal e profissional que me impossibilitaram de estar mais presente.
Mas voltei, próximo ao final do ano, para dizer o quanto este ano foi bom e o quanto o meu papel de psicóloga se enraizou a cada dia em mim, e cada paciente presente em minha vida foi importante para isso.
Acredito que o terapeuta é capaz de conhecer o paciente como ele realmente é e o que tenta esconder do resto do mundo, pois na terapia, não há medo do julgamento, apenas aceitação, escuta, acolhimento e sinceridade.
Costumo dizer aos meus pacientes que, por ter uma linha psicanalítica, procuro sempre falar o que me vem à cabeça, em qualquer momento, expressão ou fala que ele tiver e que a terapia acontece de uma forma natural e melhor quando ele próprio faz o mesmo. Deve haver sinceridade, para que este relacionamento tão lindo seja construído.
O relacionamento terapeuta versus paciente é especial e único, pois vai além da amizade ou da familiaridade, é algo como um a extensão dos desejos e sonhos do paciente e o papel do terapeuta é criar e permitir o espaço para que estes saiam da prisão que muitas vezes se colocam.
Há diversas linhas e formas de atuação do terapeuta, assim como há uma grande diversidade de pacientes com suas demandas que chegam à ele. Muitas vezes vemos a terapia não fluir com um terapeuta e fluir com outro, que possui uma linha totalmente diferente e isso é completamente normal, pois as pessoas são diferentes, assim como os terapeutas e cabe à cada paciente encontrar o que é capaz de mostrar e desenvolver o que possui de melhor, pois as teorias podem ser diferentes em termos de conceitos e nomenclaturas, mas todas tem em comum a importância do relacionamento entre terapeuta e paciente.
Com certeza, eu ganhei muito este ano com todos os pacientes que me pediram para caminhar ao seu lado e espero ter correspondido pelo menos com metade de suas expectativas.
É muito mais fácil do que imaginamos a construção e destruição de conceitos e vivências, o difícil é perceber a hora certa de cada uma destas ações.
Obrigada à todos que estiveram comigo este ano e até 2011.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010

por: Camila Artoni
A própria loucura é uma palavra difícil de conceituar. João Augusto Frayze-Pereira, professor do Instituto de Psicologia da USP, autor de "O Que é Loucura", propôs o tema a universitários e pré-universitários e chegou a diversas acepções diferentes. O grupo apontou as seguintes idéias como resposta: um estado de perda de consciência; um distúrbio orgânico, a doença que existe há mais tempo ha história dos homens; um desequilíbrio emocional cuja origem é o desajustamento do indivíduo dentro da sociedade em que vive; todo tipo de desvio do comportamento pessoal em relação às normas; um estado progressivo de desligamento ou fuga da realidade; uma tomada de consciência de si e do mundo.
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Todos esses enunciados cobrem, com maior ou menor precisão, a noção popular de loucura. Mas não fazem uma distinção que é essencial para a identificação do problema - loucura e distúrbio mental, hoje em dia, não são sinônimos e precisam ser entendidos como coisas diferentes.
Estado natural
Popularmente há uma tendência em se julgar a sanidade da pessoa de acordo com seu comportamento ou com sua adequação às conveniências socioculturais como, por exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção ou a postura sexual. Para a psiquiatria moderna, no entanto, doença mental é a variação capaz de prejudicar a performance da pessoa, seja no trabalho, em família ou em qualquer outra esfera social ou pessoal, afetando sua vida e a das pessoas com quem convive.
O psiquiatra e psicoterapeuta Paulo Urban explica que nem sempre a loucura pode ser associada a uma doença. Às vezes, ela é só um atributo da psique. "A loucura é associada ao transe, ao comportamento desviante. Isso pode se manifestar como genialidade ou como uma negação de normas que faz o louco ser, às vezes, até melhor adaptado do que uma pessoa 'normal'. Já as doenças mentais são um quadro grave e pedem tratamento. A loucura, em muitos sentidos, pode ser um estado natural positivo", diz o médico. "Como o louco do tarô, arquétipo do homem que está entre o tudo e o nada, superior à condição humana."
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A definição de loucura como doença, aliás, é recente na civilização oriental. O seu surgimento acontece quando as incertezas científicas são abandonadas e aparece a medicina racional contemporânea. O divisor de águas é a valorização da razão. É nessa fase, e por esse motivo, que os loucos começam a ser isolados. "No mundo moderno das doenças mentais, o homem não se comunica mais com o louco", afirma Frayze-Pereira. "Com o corte entre razão e não-razão, há, de um lado, o homem racional que encarrega o médico de lidar com a loucura. E, de outro, o louco, que vive uma racionalidade abstrata. Entre eles não há linguagem comum."
Isso nem sempre foi assim. Na Antiguidade , a loucura era considerada uma manifestação divina. A epilepsia, conhecida como "a doença sagrada", significava maus presságios. Se uma pessoa sofresse um ataque epiléptico durante um comício, por exemplo, o evento era interpretado como uma intervenção dos deuses. Era um sinal de que não se deveria acreditar no que dizia o orador.
Raciocínio incomum |
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Uma das razões para isso é que a psicopatologia medieval associava a loucura à possessão diabólica. E embora essa forma de pensar tenha raízes na própria formação doutrinária do cristianismo, o raciocínio acabou funcionando como uma justificativa religiosa para a repressão às heresias ou um recurso para impor a ortodoxia teológica e moral.
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Assim como a idéia da loucura mudou com as épocas, existem também variações culturais. O que nós caracterizamos como loucura pode não ser para um outro grupo. A noção de loucura é diversificada e relativa, uma vez que cada grupo tem uma linguagem particular para defini-la, e essas diversas linguagens implicam também práticas diversas. Enquanto em algumas regiões o louco participa do convívio familiar, em outras o paciente é isolado. Há aqueles que, ao depararem com esses problemas, buscam soluções na religião. Outros procuram a intervenção médica ou psicológica.
Fim da linha para os alienistas |
![]() No Brasil, o problema da instituição psiquiátrica vem sendo discutido por diversos setores da sociedade há pouco mais de 15 anos. O Movimento Nacional da Luta Antimanicomial nasceu em 1987 entre os trabalhadores de saúde mental, que decidiram se posicionar contra o encarceramento de pacientes e propor alternativas terapêuticas ao portador de transtornos psíquicos. Mais de 60 mil pessoas estão encarceradas no país. E as formas de tratamento que assombravam os manicômios há quatro séculos não foram abandonadas, apenas modernizadas. Mesmo portadores de doenças mentais não-agressivas são submetidos a sedativos, eletrochoques, indutores de coma e até lobotomias. |
À mercê da moral
Essas diferentes posturas em relação à loucura mostram que, ao longo da história, o juízo de valor foi o principal termômetro da normalidade. "Seja movido pela cultura ou por interesses mercadológicos - que é o que faz, hoje, a indústria farmacêutica ao criar medicamentos para doenças que nem existem -, um discurso sempre vence. É a ação do dominante sobre o dominado. A classificação e marginalização de algumas posturas como doenças vem, muitas vezes, do preconceito contra o que é ainda desconhecido", afirma o psiquiatra Paulo Urban.
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Mais recentemente, as pesquisas começaram a apontar para causas bioquímicas das doenças mentais. A relação observada entre doenças orgânicas e mentais levantou a lebre para a existência de razões bioquímicas para distúrbios psiquiátricos, o que despertou um grande interesse pelas bases neuronais do comportamento humano. Graças a isso, as descobertas avançaram. Hoje, sabe-se o papel dos neurotransmissores e entende-se sua importância nas alterações de humor.
Enigma persiste
Mas a neurociência não é capaz de dar respostas completas sobre a causa de todos os transtornos. Há outras doenças cujas causas orgânicas permanecem obscurecidas em alguns pontos. "Pacientes com psicose, por exemplo, não apresentam nenhuma alteração biológica. Anatomicamente, seu cérebro também é perfeitamente saudável", diz Urban. "A neurociência é avançada tecnicamente, mas não é exaustiva. Por isso, não pode ser considerada o único discurso da verdade."
Conheça algumas faces que a loucura pode ter
Défcit de atenção (DDA)
O que é: Transtorno neurobiológico caracterizado por desatenção, inquietude e impulsividade
Sintomas: Dificuldades na escola e no relacionamento interpessoal, problemas com regras e limites
Como começa: Aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Causas são genéticas
Tratamento: Psicoterapia
Síndrome do pânico
O que é: Ataques recorrentes de ansiedade aguda e intensa
Sintomas: Palpitações, sudorese, tremores, falta de ar, dores no peito, náusea, vertigem, ondas de frio e calor, medo da morte, medo de enlouquecer
Como começa: Causas podem ser psicológicas (reação a um estresse), físicas (ex. abuso de álcool) ou genéticas
Tratamento: Medicação com psicoterapia
Esquizofrenia
O que é: Psicose em que o paciente se afasta da realidade e acaba construindo um mundo particular
Sintomas: Alucinações auditivas e somáticas, sensação de ter as ações controladas por algo de fora
Como começa: Sem causas conhecidas
Tratamento: Em 90% dos casos é incurável
Bipolaridade (PMD)
O que é: Transtorno afetivo caracterizado por altos e baixos
Sintomas: O paciente apresenta períodos de intensa depressão, podendo levá-lo ao suicídio, e períodos de intensa euforia (mania) que causam graves distúrbios sociais
Como começa: Não depende de disparador; causa é genética
Tratamento: Reguladores de humor podem evitar os períodos de recaída
Personalidade múltipla
O que é: Distúrbio dissociativo em que a pessoa se comporta como se estivesse "fora de si"
Sintomas: Mudanças bruscas de comportamento, geralmente autodestrutivas
Como começa: Pelo que se sabe até agora, é conseqüência de um sofrimento muito grande na infância ou no início da adolescência, principalmente abuso sexual
Tratamento: Medicação com psicoterapia
TOC
O que é: Obsessão e compulsão com ansiedade extrema
Sintomas: Repetição involuntária de gestos, rituais, pensamentos e atividades, apesar da noção de que nada disso faz sentido
Como começa: Não se sabe ainda a causa exata, mas pesquisas sugerem que exista uma disfunção de neurotransmissores em certas regiões do cérebro
Tratamento: Medicação com psicoterapia
Demência
O que é: Deterioração da função mental
Sintomas: Desorientação, perda de memória, incapacidade de interpretar aquilo que sente, ouve ou vê, dificuldade na realização das atividades cotidianas, fala e escrita comprometidas
Como começa: Pode decorrer de lesões cerebrais ou de complicações vasculares. Ocorre na velhice
Tratamento: Cirurgia
Anorexia
O que é: Distúrbio alimentar (temor intenso de ganhar peso)
Sintomas: Emagrecimento, destruição do esmalte dentário, pele seca e amarelada, cabelos quebradiços, visão distorcida do próprio corpo
Como começa: Causa desconhecida. Provavelmente componentes psicológicos, biológicos, ambientais e culturais misturados
Tratamento: Antidepressivos, psicoterapia e orientação nutricional